Os minerais fornecem as matérias-primas que ajudam a tornar a vida possível para 8 bilhões de pessoas neste planeta. Mas o setor precisa explicar melhor a contribuição da mineração para a sociedade, declarou Mark Cutifani, ex-CEO da Anglo American, no mundial do setor mineração de 2023.
A nossa equipe da Seequent se juntou a mais de 3.500 pessoas no congresso global em Brisbane para ouvir ideias de líderes inovadores sobre como a mineração está em um ponto crucial na história do setor.
A cada ano, em média, a profundidade das minas aumenta em 40 metros e o teor mineral diminui em 1,5%. Os prazos para permitir novos projetos dobraram e o aumento dos custos de desenvolvimento e insumos está elevando os custos de estruturas do setor em 10% acima da inflação.
E, em comparação com 100 anos atrás, os operadores precisam movimentar 16 vezes mais volume de rejeitos e consumir 16 vezes mais energia para produzir uma tonelada de cobre.
“A mineração é um setor extremamente complexo e está se tornando cada vez mais difícil encontrar e extrair novos recursos”, afirmou Graham Grant, CEO da Seequent.
O nosso CEO Graham Grant conheceu Dale Sims, do Instituto australiano de geocientistas (AIG, Australian Institute of Geoscientists), que comprou a terceira licença do nosso produto Leapfrog em 2004 (Crédito da imagem: Seequent)
O aumento da demanda gera desafios para a produção
As metas de descarbonização até 2050 nos levaram a um caminho para eletrificação em massa, e isso significa que o aumento da demanda por minerais aumenta os principais desafios relacionados a fornecimento.
A Agência internacional de energia (AIE, International Energy Agency) prevê que a demanda mineral total por energia limpa será seis vezes maior do que os níveis atuais em um cenário de neutralidade de carbono.
Sherry Duhe, CEO interina da Newcrest, esclareceu que 70% dos minerais de terras raras, cobalto e lítio do mundo são provenientes de três países e que mais cobre será necessário nos próximos 27 anos do que nos últimos 125 anos.
Graham acrescentou: “A desconexão entre a demanda global e o que o setor pode fornecer de maneira realista criou uma necessidade de recursos a longo prazo além da capacidade atual de produção do setor. Essa é uma ameaça, em grande parte não reconhecida, às nossas metas até 2050.”
Pieter Neethling, diretor do segmento de operações de mineração da Seequent, complementou: “O mundo precisa de uma revolução na mineração para atingir suas metas de redução de emissões. Precisamos muito de uma rápida exploração de oportunidades em áreas previamente exploradas em estado de produção e de novas descobertas para atender à demanda.”
Mike Henry, CEO da BHP Billiton, destacou a necessidade de um grande investimento extra no setor de recursos sugerindo que poderia ser USD 100 bilhões por ano.
Pieter Neethling e Paul Fenner, diretor de desenvolvimento de negócios da Emesent, testando o seu robô Spot com a tecnologia LiDAR e baseado em IA para monitorar cavidades em minas (Crédito da imagem: Seequent)
Grande expectativa de sustentabilidade e impacto ambiental
Garantir e manter uma licença social para operar também está se tornando cada vez mais importante.
Fiona Hick, CEO da Fortescue Metals, comentou no congresso que havia muito em jogo: “A criação de valor para a sociedade não pode mais ser vista apenas em uma perspectiva tradicional… também é necessário criar valor a longo prazo garantindo mais sustentabilidade em nossas operações atuais, locais e em escala global, por exemplo, com a redução da nossa pegada de carbono.”
“Consumidores e investidores têm razão em ter mais expectativas em relação à sustentabilidade e ao meio ambiente. Já podemos perceber os primeiros sinais da necessidade de monitorar metais do produto final até a sua origem.” destacou Graham.
“Grande parte da produção atual e da nossa oferta futura é proveniente de países com riscos sociais e de governança reais. Isso pode agravar o desafio relacionado a oferta e demanda, com um conjunto menor de recursos que precisam ser produzidos em conformidade com altos padrões ambientais e sociais,” acrescentou ele.
A equipe também conversou com Martin Keetels, vice-presidente da Plotlogic (parceira da Bentley Systems). Com as suas tecnologias LiDAR para varredura e geração de imagens, os operadores de minas compreendem com precisão a localização e as propriedades dos materiais das rochas (Crédito da imagem: Seequent)
A importância de compreender a subsuperfície
Uma melhor compreensão da subsuperfície é essencial à medida que alcançamos nossas grandes metas de sustentabilidade.
“Os insights sobre muitos desses enormes desafios estão sob nossos pés, ou seja, na subsuperfície. E a nossa tecnologia pode desempenhar um papel importante para ajudar a identificar o que está por vir,” explicou Graham.
Pieter acrescentou: “Com informações valiosas extraídas dos dados de geociências para compreender melhor a subsuperfície, ajudamos equipes a tomar decisões mais seguras e sustentáveis sobre os nossos desafios relacionados a geologia, meio ambiente e energia.”
Graham complementou: “É claro que o desafio à frente é muito maior do que nós. É essencial que haja um debate equilibrado e com base em informações detalhadas entre o setor e a sociedade sobre os desafios e as oportunidades futuras, mais conhecimento sobre a realidade da oferta e da demanda, além de uma análise minuciosa das escolhas e consequências não intencionais do objetivo global de impulsionar a transição energética.”
Por fim, trata-se de gerar confiança. E isso exige que pessoas, comunidades, governos e setores trabalhem juntos.
Como mencionou Mark Cutifani, ex-CEO da Anglo American, no congresso: "A nossa atual sociedade industrial e nossas novas tecnologias são todas construídas com base em infraestrutura e plataformas minerais… é necessário promover a educação e os fatos sobre como o mundo funciona para trabalharmos em prol de um mundo mais sustentável."