Em 13 de agosto, bem a tempo do 75º aniversário da independência da Índia, a ponte Chenab foi oficialmente inaugurada no país, e se tornou a ponte ferroviária mais alta do mundo.
A sua inauguração marcou a conclusão de um projeto de engenharia civil de quase 20 anos que enfrentou vários desafios, que podem ser resumidos em uma palavra: Himalaias, uma região cheia de surpresas geológicas, invernos extremos, chuva torrencial e verões escaldantes.
Mais de 60 km de túneis levam à ponte em arco de aço e concreto que atravessa o rio Chenab em uma parte remota e montanhosa do norte da Índia. Ela alcança uma altura de 359 metros (30 metros a mais do que a Torre Eiffel) acima do leito do rio e não é apenas a ponte ferroviária mais alta do mundo, mas também tem o maior vão ferroviário de bitola larga e o arco mais longo para tráfego ferroviário (467 metros).
A Konkan Railway Corporation anunciou a conclusão da “junta dourada” no centro do tabuleiro da ponte, acima do rio Chenab. Fonte: https://www.bridgeweb.com/
A travessia foi concebida como parte de um projeto ambicioso para criar uma linha ferroviária de 272 km cruzando Jammu e Caxemira. Entretanto, embora aprovadas em 2003, as obras foram interrompidas em 2008, quando a complexidade da geologia ameaçava comprometer a estabilidade da ponte. Com os obstáculos eliminados, as obras foram reiniciadas dois anos depois, mas, mesmo assim, a natureza hostil do local adiou a data de conclusão de 2015 para 2022. Em dezembro, a ponte será aberta para o tráfego ferroviário.
A construção envolveu a movimentação das superestruturas da ponte de cada lado do vale do rio até se encontrarem na metade do caminho e serem conectadas pela “junta dourada” final de 5,6 metros (a peça central da inauguração oficial).
Fonte: Ministério das ferrovias da Índia
Ventos fortes e atenção em relação ao terrorismo
Dos 18 pilares da ponte, quatro apoiam-se no encontro esquerdo e 14 em um longo acesso no encontro direito. O arco com duas vigas é construído em treliças de aço, e os tensores das treliças são caixas de aço seladas, reforçadas internamente e preenchidas com concreto para resistir a ventos de até 260 km/h. Considerando o histórico de violência da região, a ponte também é reforçada contra ataques terroristas, e pode suportar até 40 kg de TNT em explosões.
Durante a construção, a Indian Railways usou drones para desenvolver um modelo de realidade a fim de verificar a construção, planejar os recursos do projeto e identificar possíveis problemas. Estima-se que essa abordagem tenha reduzido o tempo de inspeção da construção em cerca de 80%.
Sem os drones e a modelagem de meshes em 3D com alta precisão de detalhes da estrutura da ponte, usando o ContextCapture da Bentley Systems, teria sido quase impossível inspecionar muitos dos locais usando métodos tradicionais. (O OpenRail Designer da Bentley também foi usado para ajudar a equipe a fazer a transição do alinhamento dos trilhos da ponte de reto para curvo.)
Para concluir, estima-se que 3.200 pessoas trabalharam na construção, que o arco pesa 10.600 toneladas, que o ciclo de vida é de 120 anos e que custou Rs 1486 milhões (cerca de US$ 185 milhões).