Este artigo foi publicado pela primeira vez na edição de março de 2023 da revista sobre infraestrutura da Austrália Infrastructure Magazine.
Quais são as principais causas de atrasos, disputas e grandes ações judiciais em projetos de infraestrutura?
Um recente relatório, o CRUX Insight Report, identificou as condições físicas imprevistas como uma das 10 principais causas, além dos desafios mais comumente reconhecidos (como mudanças no escopo e problemas relacionados ao projeto).
Pat Mclarin, diretor de engenharia civil da Seequent, The Bentley Subsurface Company, afirmou que o gerenciamento dos riscos do solo é um problema atual do setor. Mclarin tem mais de 20 anos de experiência como gerente de produtos de pesquisa e desenvolvimento de hardware e software para dados geoespaciais, com foco em soluções para subsuperfícies durante seus últimos seis anos na Seequent.
Ele explicou que “descobrir o inesperado pode inviabilizar completamente um projeto com mudanças que geram custos significativos.”
À medida que as equipes reagem para adquirir novos equipamentos, trazer novos conhecimentos ou treinar os seus membros, o progresso do projeto pode ser interrompido ou completamente paralisado.
“Em vez de aceitar o status quo, o que há de mais recente em inovação digital pode ajudar a entender melhor as complexidades geológicas em cada fase do seu projeto.”
Custos de atalhos a longo prazo
Uma compreensão mais detalhada da subsuperfície é essencial para o projeto e a construção de infraestrutura. “Os engenheiros geotécnicos responsáveis por essa fase inicial essencial estão sob pressão para garantir que ela seja feita com precisão e eficiência”, afirmou McLarin. No entanto, quando os proprietários de projetos buscam maneiras de cortar custos, agilizar a produção ou aumentar o valor da construção, os projetos podem ser rapidamente comprometidos.
O estudo do relatório CRUX traz isso à tona. Globalmente, a tendência é clara: tomar atalhos em levantamentos terrestres pode levar a uma série de desafios no futuro.
McLarin explicou que “a pressão sobre as equipes geotécnicas não parece diminuir. Por isso, o setor precisa aprender a se adaptar.
Adaptar-se significa atender à demanda por agilidade e, ao mesmo tempo, fornecer insights precisos e úteis. As inovações digitais que agrupam dados geotécnicos de forma rápida e fácil em modelos em 3D podem trazer insights mais detalhados, agregar mais valor e apoiar melhores decisões.”
A diferença no projeto do túnel de Melbourne
McLarin lidera a estratégia da Seequent para infraestrutura civil e participa do desenvolvimento de padrões abertos para elevar o perfil das disciplinas geotécnicas em modelagem de informações de construção (BIM, Building Information Modelling) e gêmeos digitais. A modelagem digital, os gêmeos digitais e as tecnologias de BIM foram identificados no relatório CRUX Insight Report como uma ajuda para que as equipes de projetos gerenciem a complexidade e trabalhem de forma mais inteligente. O projeto West Gate Tunnel em Melbourne é um dos vários projetos complexos de infraestrutura atualmente em andamento em todo o mundo no qual o software da Seequent fez a diferença.
O projeto envolveu um levantamento exaustivo dos riscos geológicos, que foi conduzido pela empresa de serviços geotécnicos WSP Golder. Ela usou a solução para modelagem implícita em 3D do Leapfrog Works a fim de ajudar a avaliar os riscos geológicos e divulgá-lo a vários stakeholders. “O nosso software para subsuperfícies ajuda a combinar facilmente todas as informações geotécnicas em fluxos de trabalho auditáveis para equipes, empresas contratadas e empreendimentos conjuntos.
Isso significa que todos têm acesso aos insights mais recentes, e podem colaborar em um entendimento compartilhado e atualizado da subsuperfície, para tomar decisões mais rápidas e avançar rapidamente em um projeto.
À medida que reconstruímos melhor, a transformação digital se torna a norma para a engenharia de solos em projetos de infraestrutura, o que permite uma entrega mais rápida do projeto, com mais certezas e um resultado melhor”, afirmou McLarin.